sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

America's Cup rouba a cena na conferência de imprensa do Louis Vuitton Trophy

Na teoria, a conferência de imprensa ontem no Royal New Zealand Yacht Squadron tinha como pauta a etapa de Auckland do Louis Vuitton Trophy. Na prática, a 34ª America's Cup virou o tema da conversa com Grant Dalton, CEO do Emirates Team New Zealand (RNZYS/NZL), e Bruno Troublé, diretor de eventos da Louis Vuitton.
Este é o primeiro evento que envolve equipes candidatas à Auld Mug desde o 33º desafio pela Taça e poderá ser utilizado pelos times para discutir assuntos pertinentes sobre a próxima disputa, que deverá voltar ao sistema de multi-challenger (múltiplos desafiantes). Nos bastidores, as equipes correm para efetuar contratações importantes visando o futuro da campanha rumo à Copa.
Sobre o processo consultativo defendido pelo BMW Oracle Racing (GGYC/EUA), detentor da America's Cup, o CEO da equipe anfitriã demonstrou confiança nos americanos: "Qualquer que seja o caminho que a Copa for, nós temos que estar prontos para segui-la. Tudo que eles disseram desde julho de 2007 foi feito e eles se mantiveram constantes - o envolvimento dos challengers, consulta, regras justas. Se isso vai mudar ou não, temos que esperar pra ver. Mas até agora, eles não mudaram uma vírgula desse compromisso," afirmou Dalton.
Quando perguntados se correr com multicascos seria uma melhor opção, os entrevistados pareciam ter pontos de vista diferentes. Enquanto Dalton sustentava um discurso favorável, Troublé usou o exemplo da classe de trimarãs ORMA 60 para embasar a sua opinião: "Essa classe só durou dois anos na França. As regatas eram todas ganhas pelo barco que só cambava uma vez na perna de contravento, o barco que cambava duas vezes era segundo e por aí vai."
Seguindo o exemplo da 33ª America's Cup em Valencia, o público mundial também terá a oportunidade de acompanhar as emoções do Louis Vuitton Trophy ao vivo na internet. Já os neozelandeses, tradicionalmente apaixonados pelo iatismo, poderão assistir às regatas em um telão na região do porto de Auckland, enquanto a rede de TV ONE terá resumos diários das regatas e transmitirá em sinal aberto os dois últimos dias de competição.

Fonte: Sail World e Louis Vuitton Trophy
Foto 1: Gareth Cooke / SubZero Images
Foto 2: Sally Collison / Louis Vuitton Trophy Nice Côte d'Azur

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Desafiante da próxima America's Cup confirmado no Louis Vuitton Trophy

A equipe italiana Mascalzone Latino Audi Team (CNR/ITA), atual challenger (desafiante) da America's Cup, confirmou a sua participação na etapa de Auckland do Louis Vuitton Trophy, que acontecerá entre os dias 09 e 21 de março. Outras sete equipes participarão dos match races na Nova Zelândia a bordo de dois barcos da IACC (Classe Internacional America's Cup) fornecidos pelos anfitriões do Emirates Team New Zealand (RNZYS/NZL).
O NZL 84 e o NZL 92 foram utilizados pela equipe kiwi durante a campanha vitoriosa na Louis Vuitton Cup de 2007 e na 32ª edição da America's Cup, na qual os suíços do Alinghi (SNG/SUI) venceram os neozelandeses por 5-2. Depois, os barcos foram utilizados na Louis Vuitton Pacific Series, realizada também em Auckland durante o ápice da batalha judicial pela 33ª America's Cup, e que terminou com a vitória da equipe da casa.
Quem passa pelo porto de Auckland tem a chance de observar o trabalho de preparação dos dois veleiros após um ano guardados e poderá ver durante o campeonato a movimentação das equipes na ida e na volta da raia de competição. Começando na terça-feira 09, a programação prevê um sistema round-robin (todos-contra-todos) com quatro match races diários, com os melhores classificados passando à fase de "mata-mata" até a grande final marcada para o domingo 21.

Confira a lista das equipes confirmadas na 2ª etapa do Louis Vuitton Trophy em Auckland, Nova Zelândia, clicando aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cidade do Cabo confirmada na VOR 2011-12

Ainda faltam cerca de 18 meses para a flotilha da Volvo Ocean Race 2011-12 soltar as amarras do porto espanhol de Alicante e partir em direção a uma intensa aventura através dos mares do mundo que atrai os olhares e atenções de milhões de pessoas em todo o planeta. Na tarde de ontem, a organização da VOR deu início à "temporada de anúncio dos portos-sede", escolhendo a Cidade do Cabo como primeira parada da volta ao mundo.
A edição 2011-12 será a oitava vez na história que o porto sul-africano receberá a flotilha da regata, numa parceria que remonta a 1973-74, quando a regata ainda se chamava Whitbread Ocean Race. Existe uma extensa programação de eventos relacionados à vela durante o período em que a flotilha estiver ancorada aos pés da Table Mountain, incluindo a realização de uma regata in-port.
"Recebemos propostas de muitas cidades diferentes, cada uma com suas culturas, especialidades e desafios. Passamos um longo tempo avaliando cuidadosamente mais de 80 propostas de portos ao redor do mundo que desejavam sediar o evento antes de tomar nossas decisões. Como continuamos a melhorar e exigir mais dos nossos portos de parada, é ótimo termos a Cidade do Cabo ao nosso lado compartilhando a mesma visão e ambições," afirmou Knut Frostad, CEO da Volvo Ocean Race.
De acordo com a organização da VOR, a próxima cidade a ser anunciada será o porto-sede da chegada da última perna, enquanto a lista completa do percurso ao redor do planeta será divulgado no próximo mês de março. Até agora, duas equipes confirmaram a participação na edição 2011-12: o Italia 70, de Giovanni Soldini, e os franceses do Groupama, de Franck Cammas

Fonte: Sail World
Foto 1: Rick Tomlinson / Volvo Ocean Race
Foto 2: Wikipédia

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

America's Cup chega a San Francisco e parte em tour pela Califórnia

Dez anos de preparação e três tentativas depois, Larry Elisson e sua equipe BMW Oracle Racing (GGYC/EUA) finalmente conseguiram trazer a America's Cup de volta pra casa. Mas quem pensou que eles iam descansar quando chegassem estava redondamente enganado. Antes, o time americano partiu em tour pela Califórnia para agradecer ao apoio de duas cidades extremamente importantes na caminhada rumo à conquista: San Francisco e San Diego.
Na sexta-feira, a "velha caneca" e os membros do BMW Oracle Racing deixaram Valencia com destino a San Francisco, com uma breve conexão na cidade alemã de Frankfurt. O time foi recebido pelos fãs no aeroporto e logo depois seguiu para o Golden Gate Yacht Club, patrono da equipe. A grande festa foi no sábado, quando a prefeitura de San Francisco ficou pequena para a multidão que queria ver e saudar os responsáveis por trazer a Copa de volta à "terra dos livres e casa dos bravos".
No domingo foi a vez de San Diego, base de operações e treinamento do BMW Oracle Racing durante 16 meses, receber a visita da Taça. A recepção na cidade foi feita pelo San Diego Yacht Club, famoso mundialmente pela primeira "volta" do centenário troféu aos Estados Unidos após quatro anos nas mãos dos australianos. Lá, a Auld Mug foi embarcada numa réplica da escuna America, primeira vencedora da Copa em 1851, e partiu em procissão pela Baía de San Diego junto com a flotilha local.
A equipe afirmou que há a possibilidade de estender o tour também à costa leste americana na próxima semana, para que todo o país tenha a oportunidade de saudar a Copa com um "welcome home" - "bem-vinda de volta".

Fonte: Sail World
Fotos: Gilles Martin-Raget / BMW Oracle Racing

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Futuro da vela brasileira em ação na Turquia!

Já estão definidos os jovens atletas que vão representar o nosso país no Mundial da Juventude de Vela ISAF, marcado para o mês de julho na mística cidade de Istambul, na Turquia. Dos 70 velejadores que participaram em Brasília na Copa da Juventude, seletiva brasileira para o Mundial, 12 velejadores de 8 classes garantiram a classificação para defender o Brasil nas águas turcas.
A cidade de Búzios, no Rio de Janeiro, foi a anfitriã da última edição do Mundial da categoria e viu sete países diferentes levarem a medalha de ouro pra casa em casa uma das sete classes. A delegação verde-e-amarela se destacou na classificação geral, empatando em terceiro lugar com a equipe de Singapura com uma medalha de ouro (Martine Grael e Kahena Kunze, no 420) e uma medalha de bronze (Renato Amaral, no windsurf RS:X). O país campeão foi a França, com uma medalha de ouro, duas de prata e duas de bronze.
A grande novidade este ano é a introdução dos monotipos de alta performance, sendo escolhida a classe 29er. As outras categorias abertas à competição são monotipo individual (Laser Radial) masculino e feminino, monotipo de dupla (420) masculino e feminino, windsurf (RS:X) masculino e feminino e multicasco (Sirena SL 16) aberto.
Confira a lista dos representantes brasileiros no Mundial da Juventude 2010:

* Lucas Mesquita (ICRJ/RJ) - Laser Radial Masculino
* Maria Cristina Boabaid (ICSC/SC) - Laser Radial Feminino
* Felipe Alencar (BVC/RJ) - RS:X Masculino
* Lélia Monti (ICRJ/RJ) - RS:X Feminino
* Felipe Oliveira e Alan Dale (YCSA/SP) - 420 Masculino
* Luisa Prado e Ursula Puetter (ICRJ/RJ) - 420 Feminino
* Daniel Souto e Sérvio Andrade (ICPB/SC - ICB/DF) - Sirena SL 16
* João Figueiredo e Pedro Petersen (ICRJ/RJ) - 29er

Fonte: CBVM, Iate Clube de Brasília e ISAF Youth Worlds
Foto: Dave Kneale / ISAF Youth Worlds

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Vitória do BMW Oracle abre as portas para retorno de equipes e patrocinadores na próxima America's Cup

Terminada a maior festa do mundo em Salvador e a mais desejada competição do esporte náutico em Valencia, chega a hora de analisar as consequências do retorno da America's Cup às mãos dos yankees depois de 15 anos viajando pelo mundo devido à vitória do challenger (desafiante) BMW Oracle Racing (GGYC/EUA) por duas regatas a zero sobre o defensor Alinghi (SNG/SUI).
Definitivamente, a conquista do time de Larry Ellison vai muito além do simples retorno do troféu à terra das stars and stripes ("estrelas e listras," em referência à bandeira dos EUA). A descrença causada pelos 31 meses de disputa judicial entre a Société Nautique de Genéve e o Golden Gate Yacht Club pelo futuro do centenário troféu e o afastamento das grandes equipes da vela mundial (e, consequentemente, dos seus patrocinadores) parecem ter chegado a um fim, fazendo parte de um período turbulento que começou com a vitória dos suíços em 2007 na mesma raia de Valencia.
O dono da equipe americana, que também é CEO e co-fundador da empresa de tecnologia Oracle, até tentou fazer algum mistério sobre o desafio recebido ainda no domingo mas logo confirmou-se o boato de que o Club Nautico di Roma, representado pelo Mascalzone Latino Audi Team (CNR/ITA, na foto treinando em Valencia para o Louis Vuitton Trophy), seria o challenger para a 34ª edição da Copa. Contudo, caso surjam outros clubes interessados em desafiar os defensores, a America's Cup voltará a ter a mesma cara de antes, com um torneio (que possivelmente terá o costumeiro nome de Louis Vuitton Cup) entre os candidatos para definir quem será o challenger oficial.
Nas conferências de imprensa, os chefes do time deram sinais de que a próxima disputa pela Auld Mug ("a antiga caneca") será diferente da que eles acabaram de ganhar. "Teremos um gerenciamento independente para todos os aspectos competitivos da regata. Creio que é importante para todos os competidores saber que as regras serão justas e iguais para todos," afirmou Russell Coutts, CEO da equipe. Quanto às especulações sobre a próxima raia, a imprensa especializada lista Newport (histórica raia da Copa por 53 anos) e San Diego (última raia americana da Copa) como favoritos além de San Francisco, porto do Golden Gate Yacht Club. Ellison, contudo, cita todas as escolhas da mídia, incluindo Valencia, como "possibilidades".
Tirando os capítulos de disputa judicial que por momentos pareciam infindáveis, o que vai ficar para a História é a fantástica disputa entre os dois mais rápidos veleiros de todos os tempos, vencida com maestria pelo trimarã americano capaz de velejar duas vezes e meia mais rápido que o vento e sua espantosa vela rígida, 55% maior que a asa do maior avião já construído. Citações da mídia como "The Wing is King" ("A asa é a rainha") e "o fim da era do vento aparente vindo por trás" definirão pra sempre os veleiros incríveis construídos por americanos e suíços. "Ainda não caí na real. A única parte ruim (de ter vencido) é que não iremos mais velejar neste barco. Nós todos queríamos velejar nele todo dia. É um barco muito especial e muito gratificante de velejar," contou James Spithill, skipper do BMW Oracle Racing.
A vitória do clube californiano na America's Cup foi comemorada como o pentacampeonato brasileiro no futebol em 2002. Manter o troféu na "terra dos livres e casa dos bravos" é questão de honra para os americanos, que buscam recuperar a Taça perdida em 1983 para os australianos. Por curiosidade, um dos principais responsáveis pela vitória do BMW Oracle Racing em Valencia, o skipper James Spithill, nasceu na "terra dos cangurus".
Mês que vem, as principais equipes do mundo estarão reunidas em Auckland, na Nova Zelândia, para a segunda etapa do Louis Vuitton Trophy e provavelmente se reunirão para discutir os termos para participar na disputa pelo lugar de challenger na próxima America's Cup. Fique por dentro de tudo que acontece no cenário da vela mundial com a gente, no Blog da FENEB!

Foto 1: Carlo Borlenghi / Alinghi
Foto 2: Richard Gladwell / Sail World
Fotos 3 e 4: Juerg Kaufmann / www.go4image.com

domingo, 14 de fevereiro de 2010

USA 17 vence segunda regata e leva America's Cup de volta aos EUA

Golden Gate Yacht Club - Vencedor da 33ª America's Cup 2010
É oficial: o Alinghi 5 (SNG/SUI) decidiu não prosseguir com o protesto, oficializando o resultado na água. O USA 17 - BMW Oracle Racing (GGYC/EUA) vence a segunda regata da série "melhor-de-três", faz 2-0 no placar e vence a 33ª America's Cup!
Parabéns à tripulação yankee pela grande vitória na água, que já era comemorada por toda a comunidade náutica americana antes mesmo do resultado oficial. Depois de 15 anos longe do território americano, a Taça mais importante do iatismo mundial está indo "de volta pra casa".
"The America's Cup is American again!"
(A America's Cup é americana de novo!)
Confira o relato completo logo mais aqui no Blog da FENEB!

"Velejar te ensina a ser paciente": 2ª regata da America's Cup com emoção desde o início

Depois de mais de quatro horas de espera, as brisas de sudeste firmaram-se em Valencia e possibilitaram a realização dos procedimentos de largada para a 2ª regata da 33ª America's Cup, que promete ser muito melhor do ponto de vista do match racing do que a primeira regata.
Os suíços do Alinghi 5 (SNG/SUI) não tiveram uma boa largada pois foram penalizados por estar dentro da área de largada antes do tempo permitido e precisam cumprir a punição de 270º. Com isso, os americanos do USA 17 - BMW Oracle Racing (GGYC/EUA) largaram limpo e amurados a boreste.
Velejando em bordos opostos, a separação lateral entre os competidores chegou a ser de 3 quilômetros. Quando o USA 17 abriu 300 metros de frente, comentários no twitter sugeriam que o "erro infantil" do Alinghi 5 havia lhes custado a Taça e que o jogo já estava ganho pelos americanos. É verdade que a confiança está na altura das nuvens do lado yankee, inclusive com notícias sobre um possível acordo para a disputa da 34ª edição da Copa em caso de vitória do time de Larry Ellison.
Antes da metade da primeira perna, os americanos cambaram para o mesmo bordo dos suíços e continuavam a frente, "confirmando" a tão falada superioridade da vela-asa. Contudo, num golpe tático impressionante, os suíços cambaram, ficaram amurados a boreste e pegaram carona numa rajada que os impulsionou para a liderança enquanto os yankees pareciam estáticos na raia.
Quando o USA 17 cambou, já era tarde. O Alinghi 5 pulou à frente, velejando melhor e com mais velocidade em direção ao rumo, impressionando ao público que acompanha a regata ao vivo no site oficial da 33ª America's Cup. Ainda antes da metade da primeira perna de contravento, os helvéticos já estavam 500 metros na frente e prometendo empatar a disputa pela Taça.

Sindicato italiano já tem documentos prontos para 34ª America's Cup, diz jornal

A 33ª America's Cup ainda nem terminou e correm rumores por trás dos panos de que, em caso de vitória americana, tudo já está acertado para que a próxima disputa seja em 2013 na famosa raia de Newport, casa da Copa por 53 anos. Segundo o jornal italiano La Gazzeta dello Sport, uma representante da equipe Mascalzone Latino Audi Team (CNR/ITA, na foto o fundador Vicenzo Onorio) está com toda a documentação do desafio italiano pela 34ª edição do troféu pronta para ser entregue, dependendo apenas que o USA 17 (GGYC/EUA) cruze a linha de chegada à frente do Alinghi 5 (SNG/SUI) nesta segunda regata.

De acordo com o jornal, a advogada da equipe italiana Alessandra Pandarese está a bordo do yacht do fundador do time americano Larry Ellison portando toda a papelada necessária para oficializar o desafio pela Copa. A vitória do BMW Oracle Racing também traria de volta o patrocínio da Louis Vuitton, afastada da America's Cup desde que o embate judicial começou em 2007, e a volta da disputa da centenária Copa à famosa raia de Newport, raia escolhida pelo New York Yacht Club para sediar os desafios pela Taça entre 1930 e 1983.

A cidade de Newport, localizada no estado de Rhode Island, é uma importante base da Marinha americana e foi a residência de verão dos presidentes americanos entre as gestões de Dwight D. Eisenhower e John F. Kennedy. Após a quebra da bolsa nova-iorquina em 1929, a cidade foi escolhida como a nova raia-sede da America's Cup pelo New York Yacht Club, detentor da mais longa série de vitórias do esporte mundial. No ano seguinte, o Enterprise (NYYC/EUA) manteve a Taça nos Estados Unidos ao vencer os irlandeses do Shamrock V (RUYC/GBR) na 14ª edição.

A última America's Cup em Newport foi em 1983 (25ª edição), quando o Australia II (RPYC/AUS, na foto) venceu o Liberty (NYYC/EUA) por 4-3 depois de estar perdendo por 1-3 e encerrou os 132 anos de hegemonia dos americanos na vela mundial. Depois de quatro anos em Perth, a Taça voltou aos Estados Unidos pelas mãos do sindicato Stars and Stripes 87 (SDYC/EUA), que venceu os anfitriões do Kookaburra III (RPYC/AUS) por incontestáveis 4-0. O troféu não volta aos EUA desde 1995, quando o Black Magic (RNZYS/NZL) venceu o Young America (SDYC/EUA) na 29ª edição, e o USA 17 (GGYC/EUA) é o veleiro que chegou mais próximo de trazer a Copa "de volta pra casa" desde então.


Foto 1: Mascalzone Latino
Foto 2: WikiMapia

Destremau prevê um dia interessante e com muitos desafios para USA 17 e Alinghi 5

Dois dias depois da realização com sucesso da primeira regata, a Comissão de Regata da 33ª America's Cup continua tendo trabalho para montar a raia devido à extrema inconstância do vento em Valencia. Diferenças de 55º na direção do vento entre a largada, a boia de contravento e a marca de través já são constantes e em certos momentos ocorrem rondadas de 180º, com velocidades que não ultrapassam os 5 nós. Mesmo assim, a CR trabalha no sentido de otimizar a raia para termos uma boa regata hoje e os times esperam ansiosos pelo sinal de largada, velejando a cerca de 4 milhas da linha.
O mundialmente famoso repórter náutico Sebastien Destremau, que tem no seu currículo nada menos que cinco títulos mundiais, três europeus, uma Sydney-Hobart e três participações na Louis Vuitton Cup, falou ao site oficial da America's Cup como será esta segunda regata. Confira o relato na íntegra:

"A maior diferença são as duas pernas de través. Velejar em um ângulo de 120º por 13 milhas será um grande desafio para os dois competidores. Multicascos não foram feitos para velejar em ângulos apertados como estes e eles estarão acima do limite velejando com a genoa. Estas serão as pernas mais perigosas da disputa desta America's Cup pois os cascos de sotavento vão querer 'afundar' na água.
Graças à sua largura e sua estabilidade lateral nata, o USA 17 - BMW Oracle Racing (GGYC/EUA) deverá velejar mais confortavelmente enquanto o Alinghi 5 (SNG/SUI) deverá tentar compensar com o lastro e a espadela.
Contudo, o grande perigo é quanto mais rápido você vai maior o risco de embicar. Neste ângulo, o casco de sota vai querer mergulhar e o truque é decidir entre manobrar rapidamente ou segurar o rumo e soltar as velas. As tripulações também terão que ser rápidas para adaptar a trimagem e evitar que o casco de barla voe muito alto, algo que é sinônimo de perda de velocidade.
Será um dia muito interessante aqui em Valencia e com esperança de que ambos possam voltar em segurança para o porto esta noite."

Fonte: America's Cup
Foto 1: America's Cup
Foto 2: DesTopNews

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Alinghi e BMW Oracle voltam à raia amanhã para segunda regata da America's Cup

Mesmo nas "férias", o Blog da FENEB continua sempre atento a tudo que acontece de mais importante na vela mundial, especialmente na cidade espanhola de Valencia, que sedia a disputa do troféu mais tradicional do nosso esporte. Diretamente da pacata e linda cidade de Itaparica e com a ajuda da transmissão ao vivo através do site oficial da 33ª America's Cup, o Blog da FENEB aproveita o carnaval assistindo a 33ª America's Cup e deixando você, amigo leitor, sempre informado sobre tudo o que acontece de importante lá na raia mais televisionada do mundo.
Amanhã, Alinghi 5 (SNG/SUI) e USA 17 - BMW Oracle Racing (GGYC/EUA) irão para a água de novo com a intenção de realizar a segunda regata da série "melhor-de-três", como determinada pelo Deed of Gift. Os helvéticos terão a vantagem de largar amurados a boreste e com direito de passagem contudo, precisam vencer para forçar a disputa da terceira regata. Os americanos vêm confiantes com a vitória na primeira regata e necessitam apenas vencer para levar a taça "de volta pra casa". 
Quem se sairá melhor? Só vendo para saber! De acordo com o twitter oficial da 33ª America's Cup, os procedimentos de regata começarão às 11h54 (07h54, horário da Bahia) com a largada marcada para as 12h00 (08h00, horário da Bahia). Se não puder assistir desde o início, confira o resumo completo da regata com a gente no Blog da FENEB, disponível assim que a regata terminar. Bons ventos para suíços e americanos e bom carnaval para você, amigo leitor!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

USA 17 vence Alinghi 5 na primeira regata da America's Cup

Depois de cinco dias de incerteza na raia valenciana, as grandes estrelas da vela mundial não fizeram por menos e proporcionaram aos amantes da vela esportiva um incomparável espetáculo na água. Os defensores do Alinghi 5 (SNG/SUI) e os desafiantes do USA 17 - BMW Oracle Racing (GGYC/EUA) alternaram momentos de maior domínio sobre as condições da regata, mas os americanos conseguiram um melhor desempenho na perna de popa e venceram os suíços, acendendo as esperanças da torcida yankee de que o trimarã possa trazer a America's Cup "de volta pra casa".
A história da regata de hoje começou antes mesmo da largada. O USA 17 tinha a vantagem de largar amurado a boreste (com vela à esquerda) ou seja, com direito de passagem, e procurou forçar o Alinghi 5 ao máximo na largada. Como os suíços não deram espaço, os americanos protestaram e os juízes deram uma penalidade de 270º para o Alinghi 5, que optou por não cumprir a penalidade na hora e focar em uma boa partida.
A decisão dos helvéticos se provou acertada e eles conseguiram largar logo após o tiro de partida enquanto os americanos perderam seguimento e ficaram parados em cima da linha. Até o USA 17 efetivamente largar, 1 minuto e 17 segundos após o Alinghi 5, os suíços já tinham uma dianteira de 600 metros. A partir daí, os yankees operaram uma fantástica reviravolta ainda na perna de contravento, recuperando rapidamente cerca de 200 metros de diferença somente no primeiro bordo. Com cinco milhas percorridas, o USA 17 conseguiu ultrapassar o Alinghi 5; uma milha depois, a diferença já era de 400 metros.
Durante a perna de contravento, os suíços conseguiram recuperar a liderança por alguns minutos quando os americanos trocaram a genoa, mas o USA 17 retomou a frente e construiu uma sólida vantagem no resto do percurso até a boia de contravento. Ao montar a boia, os americanos tinham 1600 metros de vantagem sobre os helvéticos, que passaram pela marca 3 minutos e 21 segundos depois e ainda precisavam cumprir uma penalidade.
A perna de popa parecia um match race bem peculiar, com USA 17 e Alinghi 5 marcando os movimentos um do outro mesmo a três quilômetros de distância. O principal motivo para isto eram as grandes velocidades dos multicascos, constantemente acima dos 20 nós, fazendo com que a busca pelo máximo desempenho se tornasse uma obrigação vital para as equipes. Os americanos, velejando com melhor rumo e mais rápido, chegaram a abrir uma dianteira de 3500 metros em relação aos suíços na primeira metade da perna.
A vitória da equipe BMW Oracle Racing foi festejada como nunca pelos americanos e simpatizantes do time ao redor do mundo. Numa regata em que ambos demonstraram muita vontade e determinação de vencer, a vela rígida dos americanos fez a diferença e se mostrou mais efetiva tanto no contravento quanto na popa do que a vela tradicional dos suíços. O time Alinghi, mesmo chegando oito minutos depois dos americanos, mostrou grande espírito esportivo e ainda cumpriu a punição de 270º antes de cruzar a linha, com o tempo oficial de 15 minutos e 28 segundos.
Através do Twitter, a torcida do USA 17 tratou de propagar frases de apoio ao time americano como "Bring her back home" ("Tragam-na de volta pra casa") e "The wing is the king" ("A asa é a rainha"), esta última proferida pelo narrador Andy Green na transmissão ao vivo do site oficial da America's Cup. A segunda regata, que será disputada num triângulo equilátero de 39 milhas com a primeira perna de contravento, está marcada para o domingo 14 e terá o Alinghi 5 largando amurado a boreste, com direito de passagem.
Os suíços precisam vencer a próxima regata para continuarem na disputa pela Copa e forçar a disputa da terceira regata, também barla-sota com pernas de 20 milhas. No caso de vitória yankee, o centenário troféu voltará aos Estados Unidos pela primeira vez desde 1995, quando os neozelandeses do Black Magic (RNZYS/NZL) venceram os americanos do Young America (SDYC/EUA) na 29ª America's Cup. Confira as últimas novidades em português sobre a 33ª America's Cup com a gente, no Blog da FENEB!

Fotos: Sail World

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Nenhuma regata disputada mas muitas palavras ditas em Valencia

Grande parte da mídia náutica mundial está reunida em Valencia para documentar a 33ª America's Cup mas... o que fazer quando o tempo não colabora? Enquanto as equipes aproveitam para convocar conferências de imprensa referentes às diversas tentativas de regata, o grande público aproveita para conhecer um pouco mais a  linda cidade mediterrânea que é anfitriã do evento.
A quarta-feira em Valencia foi de muitas palavras vindas de todos os lados. O Alinghi culpou a altura das ondas pelo cancelamento da regata de hoje: "As ondas foram o maior problema, estavam com cerca de 1.30 m de altura na linha de largada. Isso significa que as ondas podiam crescer até 1.80 m e isso seria preocupante," afirmou o estrategista do time Murray Jones. De acordo com Jones, os ventos fortes no norte da Espanha vindos da França eram os causadores das ondas. "Está balançando muito aqui fora (da costa), confuso, frio e já tivemos 20 nós de vento esta manhã," disse Will McCarthy, membro da equipe suíça.
Do lado americano da raia, o skipper James Spithill foi o porta-voz do BMW Oracle Racing na conferência de imprensa realizada logo após o aviso de retardamento da regata para a sexta-feira. "Nós estávamos ansiosos para correr hoje. Acho que às 10h00 (06h00, horário da Bahia) era a hora certa e nós provavelmente poderíamos ter velejado. Dito isso, eu acredito que (o Presidente da Comissão de Regatas) Harold Bennett é o cara certo para este trabalho e tenho total confiança nele." Spithill também fez vários elogios à sua "máquina": "Eu adoraria ter ido velejar hoje. Adoro comandar este barco e isso é a melhor parte dele. Você fica desejando velejar nele todos os dias! Você vai pra casa e não pode esperar para voltar no porto no outro dia."
Com todo o peso de decidir por adiar as regatas nas costas, Harold Bennett também fez suas declarações à imprensa: "Ficamos por aproximadamente uma hora na área de largada e, quando fomos ver, todos estavam verdes de enjoo no barco. Nas últimas três semanas, em apenas cinco ou seis dias haviam condições para se competir, vamos ter que ser pacientes." Contudo, o apoio às decisões de Bennett é quase unânime no porto valenciano: "Acho que, com os barcos que temos, queremos ter fair racing (competição justa) - penso que todos concordamos com isto. Não é culpa de ninguém. Não é culpa do Harold. É só o tempo," afirmou James Spithill do BMW Oracle Racing.
Já a mídia especializada faz duras críticas à intensa disputa judicial que precedeu esta edição da Copa. "Nos últimos 31 meses as três palavras mais comuns que os fãs do iatismo ao redor do mundo ouviram sobre a America's Cup foram 'Deed of Gift', enquanto duas - 'Consenso Mútuo' - foram bem ausentes. Agora que já estamos há três dias no mais prestigiado troféu náutico, as palavras 'Deed of Gift' são tratadas com algum desdém e a frase 'os times entraram em acordo' está presente no predicado ou na explicação de qualquer nova decisão ou ação," escreve Richard Gladwell, repórter do site Sail World.
Enquanto isso, há quem pouco se importe em discutir e prefira aproveitar os encantos valencianos. Lugares como o bar Estrella Damm, localizado nas dependências da vila da Copa, vivem lotados e bandas como os bascos do Zenttric se apresentam no palco principal frente a um grande público. E se a equipe suíça reclamou das ondas, teve um integrante que mostrou uma certa familiaridade com elas. "Assim que o membro da equipe de design do Alinghi Aaron Perry ouviu falar das ondas, ele pegou a prancha e foi para a praia," tudo documentado pela equipe de mídia dos suíços e publicado no YouTube.
Esteja ligado na sexta-feira! O tiro de partida para a primeira regata está marcado para as 10h00 no horário local (06h00 no horário da Bahia) e poderemos finalmente ver Alinghi 5 e USA 17 em ação! Confira a transmissão televisiva ao vivo no site oficial da 33ª America's Cup e as últimas novidades em português no Blog da FENEB!

Fonte: Sail World, BMW Oracle Racing e @33ACup no twitter
Foto 1 e 4: Jean Phillippe Jobé / Sail World
Foto 2: Richard Gladwell / Sail World
Foto 3: Gilles Martin-Raget / BMW Oracle Racing
Foto 5: @33ACup no twitter
Foto 6: Guilain Grenier / BMW Oracle Racing

Vento de novo não colabora e força retardamento da primeira regata da AC

Pela segunda vez seguida, a primeira regata da 33ª America's Cup é adiada pela inconstância do vento na raia de Valencia. Os gigantes multicascos 90 ft x 90 ft até que tentaram, mas de novo a diferença na direção dos ventos entre a marca de contravento e a linha de largada era de 30º e com alguma frequência atingindo picos de 80º. Antes do adiamento definitivo, a regata já havia sido retardada por três horas devido às ondas e ventos fortes na raia, que consistiam em um risco à segurança da competição.
Os 30% de possibilidade de não termos regata hoje, de acordo com os velejadores locais ontem, se tornaram realidade mesmo após uma terça-feira de vendavais de 25 nós na raia espanhola. Assim, mais uma vez Alinghi 5 e USA 17 voltam ao porto valenciano ainda empatados na disputa pela Taça e deixam os fãs ao redor do mundo ansiosos pelo início da disputa.
O segundo retardamento seguido da primeira corrida pela America's Cup já provoca um certo ceticismo da mídia especializada com relação à fórmula da disputa, baseada no centenário Deed of Gift e nas suas interpretações. Devido à falta de consenso entre a Société Nautique de Genéve e o Golden Gate Yacht Club sobre os detalhes da competição, esta edição da Copa terá disputas em percursos com pernas muito maiores (20 milhas na primeira regata e 13 milhas na segunda) do que costuma-se velejar nos tempos modernos (cerca de 2 milhas). A grande distância entre as marcas dificulta a construção de um percurso com ventos regulares, forçando a Comissão de Regatas a adiar a disputa para um novo dia.
Porém, como esta edição da Copa é regida pelo Deed of Gift, as regatas precisam ter um intervalo de um dia entre cada tentativa de competição. Por causa desta determinação, perdeu-se um dia em que poderia ter acontecido uma boa regata e teremos que esperar até sexta-feira para que ocorra uma nova tentativa de competição. De acordo com Richard Gladwell, autor deste comentário no site americano Sail World, "se regatas de duas ou três milhas acontecessem, uma audiência mundial gigantesca teria presenciado uma excitante e histórica regata na segunda-feira. Ao invés disso, os canais a cabo preferiram passar reprises de corridas automobilísticas."
Gladwell também acredita que "o efeito desta interpretação do Deed of Gift pode fazer com que muitos jornalistas e fãs deixem Valencia sem ter visto sequer uma regata." Enquanto isso, as equipes terão mais dois dias para reparos, ajustes e conferências de imprensa e a mídia terá um tempinho livre para fotografar as belezas da cidade mediterrânea. A primeira regata foi remarcada para as 10h00 no horário local (06h00, horário da Bahia) da sexta-feira, dia 12 de fevereiro.
Com o início do período de carnaval, as atualizações no Blog da FENEB serão um pouco menos frequentes mas sem qualquer prejuízo de qualidade nas informações trazidas até você, amigo leitor! Assista à transmissão televisiva ao vivo da primeira regata na sexta-feira no site oficial da 33ª America's Cup e confira as últimas novidades em português com a gente, no Blog da FENEB!

Fonte: Sail World
Foto 1: Richard Gladwell / Sail World
Foto 2: Luca Butto / Alinghi
Foto 3: Gilles Martin-Raget / BMW Oracle Racing
Foto 4: Guilain Grenier / BMW Oracle Racing

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Fortes rajadas forçam adiamento de duas horas no início da AC

Diz o conhecimento ancestral que a calmaria é um prenúncio de tempestade. Dois dias depois da falta de vento forçar o retardamento do início da 33ª America's Cup, agora são os fortes ventos na casa dos 20-25 nós que obrigam a Comissão de Regata a alterar o horário de início dos procedimentos de regata para amanhã.
Durante o dia de hoje, a raia de Valencia teve fortes ventos e nenhuma das equipes se aventurou no oceano para realizar treinamentos, embora tanto os suíços do Alinghi quanto os americanos do BMW Oracle Racing afirmaram que não teriam qualquer problema em competir nestas condições.
Contudo, a Comissão de Regata resolveu adiar o tiro de largada para as 12h00 no horário local (08h00, horário da Bahia) na expectativa de que as rajadas abrandem durante o dia. Quem decide se as condições da raia estão severas para uma competição justa é o presidente da Comissão de Regata, o neozelandês Harold Bennett.
A transmissão televisiva ao vivo da primeira regata entre o catamarã Alinghi 5 e o trimarã USA 17 estará disponível no site oficial da 33ª America's Cup, com o início dos procedimentos programado para as 12h00 (08h00, horário da Bahia). Confira também as últimas novidades em português sobre a "maior competição náutica de todos os tempos" com a gente, no Blog da FENEB!

Fonte e Fotos 1 e 2: Sail World
Foto 3: BMW Oracle Racing

Súmula oficial da Salvador-Ilhéus divulgada

Saiu a súmula oficial da XIII Regata Salvador-Ilhéus, que foi disputada entre os dias 29 e 30 de janeiro nas águas oceânicas da Bahia! Clique aqui e confira a súmula completa:

Presidente da CR mantém escrita de não realizar regata no primeiro dia da AC

Antes mesmo da disputa na água começar de verdade, a 33ª America's Cup já entrou para a História. Em todas as Copas que Harold Bennett presidiu a Comissão de Regata a disputa nunca começou no primeiro dia determinado pela organização do evento. "Não que ele estivesse com vontade de manter o seu recorde intacto, imagine só. Ele estava apenas sendo honesto e um pouco envergonhado ao ver que a História provavelmente ia se repetir," conta Richard Gladwell, repórter do Sail World em Valencia.
Alguns como Paul Cayard, primeiro americano a vencer a Whitbread Ocean Race (atual Volvo Ocean Race) e comentarista da AC no canal Eurosport, atribuem o adiamento à sequência de disputas judiciais que prejudicou a escolha da raia certa na época do ano certa: "Sei que precisamos de vento para velejar e mesmo com o melhor planejamento e a melhor raia possíveis é claro que poderemos ter dias sem vento. Mas às vezes somos nós que não nos ajudamos e este é o caso aqui em Valencia. Nós nos deixamos cair nas mãos de um júri porque não conseguimos entrar em acordo na escolha da data para correr."
"Agora estamos aqui em fevereiro (final de inverno), na Europa, tentando realizar a mais importante regata do nosso esporte. Vai ser tão difícil quanto realizar a Copa do Mundo de esqui em Gstaad no meio de agosto (auge do verão europeu)," completou Cayard. De acordo com a reportagem dele, a previsão do vento amanhã é um noroeste matinal virando para sudeste durante a tarde e velocidade entre 7-10 nós, "boa o suficiente para velejar."
Confira as últimas novidades em português sobre a tão esperada 33ª America's Cup com a gente, no Blog da FENEB! O sinal de preparação para a regata de amanhã está programado para as 10h00 no horário local, 06h00 no horário baiano. Programe seu despertador e assista!

Fonte e fotos: Sail World

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Vento não colabora e espetáculo da AC é adiado para quarta-feira

O entusiasmo e a vontade eram grandes, mas a falta de vento e a inconstância das rajadas levaram à vitória do bom senso e a Comissão de Regata terminou por adiar a primeira regata da 33ª America's Cup. O mundo ainda terá que esperar mais dois dias para o tão esperado confronto entre os multicascos Alinghi 5 e USA 17, que está marcado para o dia 10 de fevereiro e, consequentemente, o dono da taça não será conhecido antes da sexta-feira 12.
O sol ainda não tinha nascido na Bahia e a transmissão oficial mostrava o desfile dos competidores em direção à linha de partida, localizada a cerca de 27 milhas do porto de Valencia. Enquanto a expectativa crescia à medida em que iam se aproximando, logo o vento tratou de arrefecer a ansiedade do público com uma brisa quase imperceptível de 1 nó. Já os velejadores de ambas as equipes mostravam semblantes tranquilos e confiantes para a primeira disputa, que teria o percurso de 20 milhas no contravento e 20 milhas na popa.
Bastou o vento aparecer para que as tripulações vivessem sentimentos opostos. O vento se firmou na boia de contravento vindo de sudoeste a quatro nós, fazendo com que aparecessem sorrisos no Alinghi 5 e rugas de preocupação no USA 17. Acredita-se que os suíços levem vantagem sobre os americanos em brisas de até 7 nós e as velocidades que estes multicascos podem atingir fazem com que qualquer diferença de desempenho em relação ao oponente seja vital para a obtenção de um bom resultado.
Contudo, na linha de largada, vinte milhas mais longe, a situação era bem diferente. Em certos momentos, a diferença na direção do vento chegou a ser de 90º em relação à marca de contravento com noroeste na largada e sudoeste na boia. Face a esta situação, a organização estipulou que não haveria sinal de preparação após as 16h30 (12h30, horário da Bahia), ainda na esperança de que o vento firmasse no percurso. Numa decisão de bom senso da CR, às 13h45 (09h45, horário da Bahia), os competidores foram orientados a voltar às suas bases e a regata foi adiada.
Assim, as equipes Alinghi e BMW Oracle terão mais um dia para treinar e fazer os últimos ajustes nos seus multicascos gigantes antes do primeiro encontro "pra valer" entre eles. O sinal de atenção está marcado para as 10h00 (06h00, horário da Bahia) da quarta-feira, 10 de fevereiro, com transmissão televisiva ao vivo no site da America's Cup e informações sempre atualizadas em português aqui no Blog da FENEB!

Fonte e fotos 1, 3 e 4: Sail World
Foto 2: Gilles Martin-Raget / BMW Oracle Racing

Acontece até nas melhores raias do mundo...

Os entusiastas da vela ao redor do mundo acordaram cedo, mas o vento não fez a parte dele e forçou o retardamento da regata de hoje na 33ª America's Cup. Desde as 10h00 (06h00, horário da Bahia), o Alinghi 5 e o USA 17 estão na raia, 27 milhas a leste do litoral, esperando que a brisa de sudoeste mantenha-se constante o suficiente para que tenhamos uma boa competição hoje em Valencia.
Já tivemos ventos de sudoeste a noroeste e de 1 a 15 nós na raia nestas últimas horas, mas ao que tudo indica a direção predominante será sudoeste com cerca de 10 nós de velocidade. Embora as brisas não tenham força suficiente nem para fazer as bandeiras voarem, os suíços do Alinghi querem que a regata comece de qualquer jeito já que espera-se que o catamarã deles leve vantagem sobre o trimarã do BMW Oracle em ventos abaixo dos 7 nós.
Enquanto todo o mundo espera ansiosamente pelo início da regata, o site americano Sail World faz uma corretíssima lembrança do espírito do nosso esporte: "Velejar te ensina a ser paciente". A qualquer momento, voltamos com mais novidades sobre a 33ª America's Cup, que tem transmissão televisiva ao vivo no site oficial da organização da regata.

Fonte: Sail World
Foto 1: Jean Phillipe Jobé / Sail World
Foto 2: Carlo Borlenghi / Alinghi

Dupla gaúcha garante o título na linha de chegada; Maguni fita-azul pelo segundo ano consecutivo

Um típico dia de verão baiano, com muito sol e bons ventos. Esta foi a receita para a VI Regata Salvador – Morro de São Paulo ser uma das mais disputadas da história.
Com uma participação cada vez maior de velejadores de diversos estados do país, a edição de 2010, realizada no último sábado, 06 de fevereiro, só foi decidida na linha de chegada. A Fita Azul, título dado ao barco mais rápido da competição e primeiro a cruzar a linha, foi conquistada pela segunda vez consecutiva pelo catamarã Maguni (AIC/BA), do comandante Eduardo Costa,  que completou o percurso do Yacht Clube da Bahia até o Clube de Vela de Morro de São Paulo em 02 horas, 56 minutos e 31 segundos. “O vento estava um pouco fraco neste ano. Com mais vento poderíamos ter batido o nosso recorde,” avaliou Duda.
A regata, que é destinada apenas a veleiros multicascos, contou com a participação de barcos das classes Hobie Cat 14, Hobie Cat 16, Supercat 17, Hobie Tiger e Tornado, além dos multicascos de oceano, como classe convidada.
O segundo barco a cruzar a linha de chegada foi o Hobie Tiger tripulado por Beto Pandiani e Horst Dressler, que completaram o percurso em 03 horas, 32 minutos e 37 segundos. “A regata é muito legal. No ano que vem trarei o meu barco de São Paulo para tentar levar o título,” comentou Pandiani, que recentemente cruzou o Oceano Pacífico a bordo de um pequeno catamarã sem cabine.
Após uma chegada espetacular, com quatro barcos cruzando a linha praticamente ao mesmo tempo, os gaúchos Mário Dubeaux e Carol Bauerman conquistaram o título na classificação geral. Como os barcos competidores não são todos iguais, a classificação geral se dá após correção dos tempos, utilizando um rating para cada classe. Assim, Dubeaux e Bauerman conseguiram levar o seu Hobie Cat 16 ao lugar mais alto do pódio.
Após a chegada de todos os participantes, aconteceu a cerimônia de entrega de prêmios no Clube de Vela de Morro de São Paulo com a presença de velejadores, familiares e da Prefeitura Municipal de Cairu, que apoia o evento.
Clique aqui e confira os pódios das classes na VI Regata Salvador-Morro de São Paulo:

Release oficial do Yacht Clube da Bahia - www.icb.com.br
Foto: Mauricinho Mascarenhas

Cerimônia abre 33ª America's Cup com chave de ouro

Antes mesmo de começar, já há quem diga que a 33ª America's Cup é o evento náutico mais emocionante de todos os tempos. A multidão que foi ao porto de Valencia ontem pôde conhecer de pertinho as duas equipes e participar da centenária tradição do sorteio da largada na cerimônia de abertura da Copa.
No 'cara ou coroa', a sorte sorriu para o BMW Oracle Racing, representante do clube desafiante Golden Gate Yacht Club, que irá largar amurado a boreste na primeira regata (ou seja, largará pelo "lado direito" da raia) enquanto o Alinghi, que veste as cores da Société Nautique de Genéve, terá que largar amurado a bombordo ("lado esquerdo" da raia). A vantagem de largar amurado a boreste indica que o competidor tem direito de passagem em uma situação de encontro entre os barcos.
No meio da multidão presente em Valencia, dois "árabes" chamaram a atenção na cerimônia. Portando bandeiras da Suíça e do Alinghi, a dupla fazia uma clara lembrança à primeira raia escolhida pelos suíços para sediar a Copa, o emirado árabe de Ras al-Khaimah.
A princípio, a regata de hoje teve a largada adiada, ainda sem previsão de horário, devido às fracas brisas no porto valenciano. Contudo, Alinghi 5 e USA 17 já estão na água a 100 metros da Comissão de Regata, apenas esperando o vento aparecer para começar a mítica regata. Confiram a transmissão televisiva ao vivo no site da 33ª America's Cup e os comentários sobre as partes mais importantes da regata aqui no Blog da FENEB!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Inovações são destaque na 33ª America's Cup

Depois de 15 anos de competições em barcos da International America's Cup Class, o Alinghi (na foto, o catamarã Alinghi 5) decidiu em 2007 que a próxima edição da America's Cup, a trigésima-terceira, teria que ser disputada em outro tipo de embarcação, "pois a regra da IACC havia evoluído além do praticável, criando a necessidade de um novo desafio na área do design," como disse o skipper dos suíços Brad Butterworth.
Três anos depois desta decisão, fica a certeza de que esta será a America's Cup mais tecnológica de todos os tempos, contando com uma imensa infra-estrutura montada no porto de Valencia e também com o que há de mais moderno em tecnologia para se velejar. Um grande desafio a ser superado é o extenso percurso com pernas de 20 milhas e as dificuldades logísticas e técnicas causadas por isto.
Com pernas tão longas que vão além do horizonte e a possibilidade dos competidores se afastarem a quase 20 milhas um do outro em bordos opostos, a transmissão televisiva contará com uma solução única na história do centenário troféu. "Tecnicamente é bem fácil transmitir as imagens até o horizonte que podemos ver, mas assim que passamos a linha do horizonte nós enfrentamos um número de desafios técnicos, incluindo a comunicação com nossas equipes a esta distância da costa," afirmou o diretor técnico do evento Kevin Orwin.
"Então, ao invés de enviarmos o sinal diretamente dos helicópteros para a costa, como fizemos da última vez, teremos um avião voando a 25 000 pés de altitude (7.6 quilômetros) que receberá o sinal das câmeras e retransmitirá para terra," explicou Orwin. Além das câmeras, microfones serão instalados no Alinghi 5 e no USA 17 para que o telespectador não perca nem o barulho das rajadas!
Esta semana, a inovação tecnológica ao lado chamou a atenção da imprensa especializada internacional: Imagine que você é um velejador competitivo, se preparando para participar na mais histórica e comentada regata de todos os tempos num catamarã multimilionário e com uma tripulação afinadíssima. Agora imagine que alguém te entrega um equipamento que pode literalmente mapear a atividade do vento até um quilômetro na sua frente, mostrando velocidade do vento, direção e turbulência - e dando a você a habilidade quase sobrenatural de ajustar suas velas e tirar a máxima vantagem de um padrão de ventos antes mesmo de você chegar lá, noticiou o site Sail World.
O premiado com esse "brinquedinho" de 149.500 dólares é ninguém menos que Russell Coutts, skipper da equipe americana BMW Oracle Racing (na foto, o trimarã USA 17). Para medir com tamanha precisão a velocidade do vento a estas distâncias, o aparelho emite raios laser que, ao se chocarem com as partículas presentes no ar, são refletidos de volta ao aparelho e processados pelo equipamento. "A tecnologia não é nova, foi um dos primeiros usos práticos do laser, lá nos anos 60. O que fizemos foi implementar esta técnica com fibras óticas, resultando num aparelho extremamente leve e compacto," afirmou Phil Rogers, CEO da Catch The Wind, fabricante do produto.
Hoje será feita uma conferência de imprensa em Valencia com os presidentes das equipes Alinghi e BMW Oracle Racing, que deverá ser um grande prognóstico de como será a disputa pela Taça. Confira todas as novidades sobre a 33ª America's Cup em português com a gente, no Blog da FENEB!

Fonte: Sail World e America's Cup
Foto 1: Carlo Borlenghi / Alinghi
Foto 2: America's Cup
Foto 3: Sail World
Foto 4: Gilles Martin-Raget