Hoje, em San Diego, Mateus Tavares e Luis Eduardo Perez farão história logo ao entrar na água. Eles são a primeira tripulação 100% baiana a competir em um campeonato mundial. Antes de Mateus viajar, o Blog da FENEB fez uma entrevista exclusiva com ele, que já representou nosso estado em 11 mundiais e, desta vez, levará a bandeira da Bahia no peito para o Campeonato Mundial de Snipe.
Blog da FENEB: Mateus, pra começar, como foi que você se iniciou na vela?
Blog da FENEB: Mateus, pra começar, como foi que você se iniciou na vela?
Mateus Tavares: Eu comecei no Optimist com 9 anos, e desde essa idade eu competia no Yacht Clube da Bahia e participei de edições do Norte/Nordeste, Brasileiro e Sul-Americano. Contudo, não cheguei a participar no Mundial como Mário Urban e Yuri Smarcevski, que corriam comigo de Optimist naquela época. Ter competido nesta classe foi muito legal e importante para mim.
Depois, competi na classe Europa por cinco anos. Nesse período, participei em 5 Mundiais e conquistei resultados de maior destaque, como o 5º lugar no Mundial de 2000, realizado aqui na Bahia, além de duas vezes vice-campeão brasileiro.
Depois, competi na classe Europa por cinco anos. Nesse período, participei em 5 Mundiais e conquistei resultados de maior destaque, como o 5º lugar no Mundial de 2000, realizado aqui na Bahia, além de duas vezes vice-campeão brasileiro.
Blog: E como foi sua mudança para a classe Laser?
Mateus: Quando eu passei a correr de Laser, em 2001, a classe havia entrado recentemente (em Atlanta 1996) para as Olimpíadas. Foi aí que eu vi que não era tão fácil, pois a classe é muito mais numerosa e mais competitiva que a Europa, que é uma fase de transição do Optimist para o Laser. Durante os 6 anos que eu competi na classe, eu participei em 6 mundiais e, em 2007, passei 3 meses no continente europeu somente participando de campeonatos, foi uma experiência de vida e de velejada muito importante para mim. Quando voltei da Europa, disputei a vaga nas Olimpíadas de Pequim 2008. Sabia que ia ser difícil, porque Bruno Fontes estava realmente bem naquela época e ele acabou ganhando.
Mateus: Depois do Pré-Olímpico, eu resolvi experimentar outra classe. O Snipe veio a calhar porque a classe aqui na Bahia estava crescendo muito, e o Campeonato Brasileiro de 2009 seria aqui. Eu e Dudinha (Luis Eduardo Perez) disputamos o Baiano de 2007 logo quando o barco chegou, mesmo sem treinar! Fomos Campeões Baianos e Norte/Nordeste daquele ano, um feito que nem nós mesmos esperávamos. Em junho de 2008, comprei um Snipe novo e deixei o Laser de lado para me dedicar à nova classe.
Blog: E a emoção de ter conquistado a vaga para o Mundial aqui na Bahia?
Mateus: Disputamos o Campeonato Brasileiro de Snipe 2009 focando na vaga para o Mundial, mesmo sabendo que ia ser muito difícil. Nos dois primeiros dias, a gente realmente velejou muito com o vento forte. Se o vento continuasse assim, a gente tinha a convicção de que brigaria pelo título. Nos outros dias, o vento enfraqueceu e ficamos com o 4º lugar, conquistando a vaga para o Mundial. Foi só alegria, uma satisfação realmente muito grande porque a gente ralou bastante. Começamos a treinar muito, disputamos o Sul-Americano e conseguimos o 7º lugar na Taça Octanorm no Rio, que foi um bom treino. Só que aí depois veio um contratempo, que foi meu acidente de moto.
Blog: Como foi esse período de recuperação?
Mateus: O acidente me afastou por três meses. Dudinha fez a parte dele e continuou velejando, participando da Taça Aleixo Belov com Felipe Cunha, o que foi importante para ele se manter bem preparado fisicamente. Além de tudo, ainda tem mais um desafio pra gente que era baixar o peso, pois a previsão lá é vento muito fraco. Mas, como é o primeiro Mundial da gente, não dá pra ir sonhando com o título: é o primeiro campeonato, é curtir, dar o máximo que a gente conseguir, até mesmo porque não tivemos tanto tempo de treino.
Blog: Mesmo com todos os contratempos, você conseguiu uma recuperação muito boa, com você e Dudinha trabalhando como uma verdadeira equipe para estarem prontos para o Mundial. Qual a importância que essa experiência em San Diego pode proporcionar para vocês e para a vela do Estado?
Mateus: É bom até dividir essa resposta em três. Pessoalmente, estou muito contente porque, além de ser o 12º Mundial da minha carreira, o Snipe será a terceira classe que eu participo no Campeonato Mundial. Não são muitos velejadores que conseguem se classificar para Mundiais de diferentes classes. Além do mais, estou ansioso para conhecer San Diego, que dizem que é uma cidade muito bonita.
Este é o primeiro Mundial que Dudinha participa. Ele é um cara que adora esportes, já praticou de futebol a bola de gude! (risos) Acho que tá sendo muito legal pra ele essa oportunidade de se profissionalizar e participar de um campeonato Mundial. Para a vela baiana, esta é a primeira vez que uma dupla representa a Bahia num Mundial, e em uma das classes mais populares e clássicas do mundo, na qual muitos brasileiros já se destacaram, como Torben Grael.
Blog: Quais foram as experiências mais marcantes na sua carreira?
Mateus: É até difícil dizer... foram tantas que é até difícil de listar! Uma das mais emocionantes foi com certeza o Campeonato Mundial de Europa 2000, que eu subi no pódio (5º lugar) aqui na Bahia. Além disso, a minha viagem para a Europa em 2007, quando eu corri 5 ou 6 campeonatos em 3 meses, finalizando com o Campeonato Mundial de Laser.
Blog: Embora os ventos de San Diego sejam muito fracos em relação aos de Salvador, você acredita que a temperatura amena desta época do ano será um fator que ajudará vocês?
Mateus: Com o passar do anos, eu tive que aprender a conviver com adversidades climáticas, como quando eu estava na Holanda, com a temperatura da água a 12ºC e um clima severo que, no início, chegava a ser desanimador. O fato de você velejar com sol e temperatura agradável é sem dúvida um facilitador.
fotos: 1ª foto: Mauricinho Mascarenhas - 2ª foto: André Carvalho/A Tarde - 3ª foto: Flotilha Iansã de Laser
Blog: E a emoção de ter conquistado a vaga para o Mundial aqui na Bahia?
Mateus: Disputamos o Campeonato Brasileiro de Snipe 2009 focando na vaga para o Mundial, mesmo sabendo que ia ser muito difícil. Nos dois primeiros dias, a gente realmente velejou muito com o vento forte. Se o vento continuasse assim, a gente tinha a convicção de que brigaria pelo título. Nos outros dias, o vento enfraqueceu e ficamos com o 4º lugar, conquistando a vaga para o Mundial. Foi só alegria, uma satisfação realmente muito grande porque a gente ralou bastante. Começamos a treinar muito, disputamos o Sul-Americano e conseguimos o 7º lugar na Taça Octanorm no Rio, que foi um bom treino. Só que aí depois veio um contratempo, que foi meu acidente de moto.
Blog: Como foi esse período de recuperação?
Mateus: O acidente me afastou por três meses. Dudinha fez a parte dele e continuou velejando, participando da Taça Aleixo Belov com Felipe Cunha, o que foi importante para ele se manter bem preparado fisicamente. Além de tudo, ainda tem mais um desafio pra gente que era baixar o peso, pois a previsão lá é vento muito fraco. Mas, como é o primeiro Mundial da gente, não dá pra ir sonhando com o título: é o primeiro campeonato, é curtir, dar o máximo que a gente conseguir, até mesmo porque não tivemos tanto tempo de treino.
Blog: Mesmo com todos os contratempos, você conseguiu uma recuperação muito boa, com você e Dudinha trabalhando como uma verdadeira equipe para estarem prontos para o Mundial. Qual a importância que essa experiência em San Diego pode proporcionar para vocês e para a vela do Estado?
Mateus: É bom até dividir essa resposta em três. Pessoalmente, estou muito contente porque, além de ser o 12º Mundial da minha carreira, o Snipe será a terceira classe que eu participo no Campeonato Mundial. Não são muitos velejadores que conseguem se classificar para Mundiais de diferentes classes. Além do mais, estou ansioso para conhecer San Diego, que dizem que é uma cidade muito bonita.
Este é o primeiro Mundial que Dudinha participa. Ele é um cara que adora esportes, já praticou de futebol a bola de gude! (risos) Acho que tá sendo muito legal pra ele essa oportunidade de se profissionalizar e participar de um campeonato Mundial. Para a vela baiana, esta é a primeira vez que uma dupla representa a Bahia num Mundial, e em uma das classes mais populares e clássicas do mundo, na qual muitos brasileiros já se destacaram, como Torben Grael.
Blog: Quais foram as experiências mais marcantes na sua carreira?
Mateus: É até difícil dizer... foram tantas que é até difícil de listar! Uma das mais emocionantes foi com certeza o Campeonato Mundial de Europa 2000, que eu subi no pódio (5º lugar) aqui na Bahia. Além disso, a minha viagem para a Europa em 2007, quando eu corri 5 ou 6 campeonatos em 3 meses, finalizando com o Campeonato Mundial de Laser.
Blog: Embora os ventos de San Diego sejam muito fracos em relação aos de Salvador, você acredita que a temperatura amena desta época do ano será um fator que ajudará vocês?
Mateus: Com o passar do anos, eu tive que aprender a conviver com adversidades climáticas, como quando eu estava na Holanda, com a temperatura da água a 12ºC e um clima severo que, no início, chegava a ser desanimador. O fato de você velejar com sol e temperatura agradável é sem dúvida um facilitador.
fotos: 1ª foto: Mauricinho Mascarenhas - 2ª foto: André Carvalho/A Tarde - 3ª foto: Flotilha Iansã de Laser
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