Há exatamente um ano, a notícia da agressão sofrida por um casal de idosos franceses em Itaparica correu o mundo, expondo a situação de abandono vivida pela população local e pelos velejadores freqüentadores daquela localidade, a ponto de algumas revistas especializadas, nacionais e internacionais, marcarem Itaparica em seus mapas como local não seguro para os velejadores.
Naquela época, a prefeitura vivia um momento de transição após as eleições municipais e a Marina de Itaparica estava muito próxima do caos, pois, ainda sob a responsabilidade da prefeitura, em pleno verão, a má gestão dos serviços náuticos de recepção às embarcações vinha afastando, gradativamente, muitos cruzeiristas que costumavam passar seus finais de semana e feriados naquela região o que, seguramente, vinha impactando negativamente no sustento de dezenas de famílias que dependiam direta ou indiretamente do turismo náutico para sobreviverem.
O que já estava ruim ficou pior com o assassinato do velejador Abel Aguilar, em fevereiro, quando ficou evidente que problemas na gestão da Marina juntamente com a precária segurança pública na Ilha de Itaparica, especificamente, na região da Marina, constituía o principal obstáculo ao desenvolvimento da cidade que se apoiava no turismo náutico, como seu principal viés.
Diante do caos, a Federação de Esportes Náuticos, os Clubes Náuticos, as Marinas, os Prestadores de Serviços e os Velejadores da Baía de Todos os Santos se reuniram elaboraram um Manifesto que foi entregue ao Secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia Cesar Nunes, contendo cinco itens que deveriam ser implementados para trazer mais segurança naquela região.
De lá para cá, a situação aparenta ter mudado, ainda que esteja longe do ideal mas visivelmente bastante diferente de há um ano atrás. Foi instalado um módulo da Polícia Militar na entrada da Marina de Itaparica juntamente com um sistema de câmeras de monitoramento e holofotes na ponta do píer. O sistema de energia elétrica estava sendo substituído em pleno feriado de Natal, ainda que não tenha sido a melhor época para uma intervenção, mas pelo menos há uma preocupação em servir melhor, comportamento que há muito não víamos por lá.
É certo que muitas ações ainda precisam ser tomadas pelo poder público para que tenhamos uma Marina à altura do que merecem seus freqüentadores, com bons serviços de apoio às embarcações e aos visitantes, assim como, também é certo que, se alguma coisa mudou, foi porque a comunidade náutica se reuniu e se manifestou em prol de seus interesses.
Fotos: Mauricinho Mascarenhas
Fotos: Mauricinho Mascarenhas
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