sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Conferência de imprensa cautelosa em Qingdao


da esquerda para a direita: Ian Walker (Green Dragon), Iker Martinez (Telefónica Blue), Torben Grael (Ericsson 4) e Ken Read (Puma Ocean Racing)


"Iker, a sua experiência Olímpica em Qingdao dará uma vantagem na hora de decifrar estas águas?"
Martínez, o co-skipper do Telefónica Blue, sugeriu que não.
"Ian, você sente alguma pressão extra em alguma das suas 'casas'?"
Walker, o skipper do time sino-irlandês Green Dragon, simplesmente mexeu os ombros.
"Você pode identificar um favorito, Torben?"
Se Grael, o atual líder e comandante do Ericsson 4, pudesse, ele certamente não queria falar em voz alta.
"Kenny, qual a importância de uma boa largada?"
Read, o homem comandando il Mostro (O Monstro), mais conhecido como Puma, não podia responder confiantemente sem antes ver uma análise da corrente local.

A incerteza caiu sobre os skippers dos quatro veleiros sobreviventes da Volvo Ocean Race na conferência de imprensa realizada hoje às 13h30 (02h30, horário da Bahia) em Qingdao. O assunto era a regata in-port de amanhã, mas o fato de apenas quatro skippers estarem presentes e a previsão meteorológica indicar apenas 2 a 7 nós de vento deu um ar surreal ao encontro.
Nenhum dos comandantes fazia idéia - ou pelo menos não aparentava fazer - de como seriam as condições amanhã. A última in-port com pouco vento foi realizada em Alicante, na Espanha, antes do início da primeira perna, com o Telefónica Blue conquistando a vitória. Dizem que os azuis levariam alguma vantagem em ventos fracos, além da experiência do co-skipper Iker Martinez e de Xabier Fernandez nestas águas, onde treinaram por três anos e conseguiram uma medalha de prata nas Olimpíadas. "Nós passamos um tempo velejando por aqui até conseguir uma boa velocidade com nosso barco e saber como são os ventos e as marés. Mas eu acho que com estes barcos (VO70's), não irá fazer tanta diferença. Eu acho que esse conhecimento local não será a coisa mais importante. Nessas corridas curtas temos que fazer montes de manobras, e eu acho que isso irá fazer diferença," disse Martinez.
Ken Read também usou de diplomacia quando teve de responder às perguntas: "Acho que nós velejamos muito com pouco vento, mas o ponto aqui, como Iker falou, é que os barcos que eram bons pra velejar com ventos fracos agora têm competição vinda dos outros apenas porque os outros aprenderam a velejar com brisas. Nós temos a grande genoa que podemos manobrar na força do braço em pequenos percursos. É bem provável que todo mundo tenha escolhido ela," disse o skipper do Puma Ocean Racing.
O brasileiro Torben Grael e a sua equipe no Ericsson 4 estão "numa boa". Mesmo com o terreno perdido para o Telefónica Blue na briga pela liderança, Torben pareceu tranquilo na conferência: "Nós estamos bem. A corrida está sendo boa pra gente. Os ventos estiveram bem fracos durante o tempo que estivemos aqui e não vejo nenhuma mudança pra este fim de semana. Se os ventos forem fracos assim, não duvido que todo mundo vai usar os grandes (Code) Zeroes. Eles fazem o barco andar mais rápido, mas as manobras mais lentas. Deve ser uma regata interessante, qualquer um pode vencer."
Ian Walker, sofrendo a pressão local por representar a China na corrida, aparentava estar menos relaxado, pois tinha acabado de descer o barco na água: "A equipe de terra fez um trabalho fantástico. Estamos prontos para correr e agradecemos a eles. A largada é sempre a parte mais importante mas eu ainda não tive oportunidade de velejar e saber como estão as coisas, por isso eu preciso ir lá hoje e tirar minhas próprias conclusões."
A incerteza parece ser a única certeza para esta in-port. Mesmo assim, o skipper do Green Dragon parecia estar animado: "Já temos garantido um lugar no top 4!" A in-port amanhã será às 13h00 (02h00, horário da Bahia), e o Blog da FENEB trará um resumo completo de como foi a regata logo pela manhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário