domingo, 15 de fevereiro de 2009

A grande descoberta do "meia-lua" (Parte 1)

Na época das Grandes Navegações, os holandeses ficaram muito atrás dos líderes da época: embora a Holanda fosse a principal refinadora de açúcar no continente europeu, os portugueses e espanhóis detinham a maior parte das rotas de cana-de-açúcar das Américas, assim como de especiarias das Índias, para a Europa. Porém, os holandeses precisavam dominar também uma maneira única de chegar às feitorias em território asiático. Hoje, no "Veleiros que marcaram a História", a história do Halve Maen, o veleiro que ficou encarregado de descobrir em nome da Holanda um novo jeito de chegar às Índias: pelo nordeste.
Em 1608, a Companhia das Índias Orientais da Holanda tinha informações de que uma possível passagem para a Ásia passando pelo nordeste da Rússia (próximo à ilha de Nova Zembla). Para a expedição, chamaram o inglês Henry Hudson, que tinha uma boa experiência velejando em águas árticas. Contudo, o barco que ele velejaria seria o Halve Maen, que em holandês significa "meia lua", um barco com um modelo antiquado e um tanto "desajeitado". Embora Hudson tenha reclamado outro barco, a Companhia lhe disse que se recusasse o veleiro, chamariam outra pessoa para comandá-lo. Mal sabia Hudson que este seria o barco que lhe faria famoso para sempre...
No dia 25 de março de 1609, a expedição saiu de Amsterdã, com destino à passagem pelo norte da Rússia. Porém, o Halve Maen enfrentou ventos muito fortes e muito frio, além da passagem estar bloqueada pelo gelo na altura da Noruega. Alguns historiadores dizem que ocorreu um motim, devido a uma briga entre marinheiros ingleses e holandeses. Já outros dizem que o próprio Henry Hudson decidiu quebrar o contrato com a Companhia das Índias Orientais e velejar para o sul, em busca de um clima melhor. Alguns dias depois, eles pararam nas Ilhas Faroe para reabastecer, e decidiram continuar viagem... só que, desta vez, os holandeses cruzariam o Atlântico.
Como Hudson era inglês, alguns estudiosos levantam a hipótese de que ele tinha informações da Marinha britânica de uma tal "passagem pelo noroeste", pelo norte do atual Canadá, ou ainda uma pelo sudoeste. Mas a travessia do oceano trouxe à tripulação ainda mais problemas, como uma fortíssima tempestade que quebrou o mastro de proa, levando junto a genoa em 15 de junho. Apenas quatro dias depois as condições melhoraram o suficiente para um mastro com velas de fortuna pudesse ser levantado.
Quarta-feira, na segunda parte do "Veleiros que marcaram a História" desta semana: a chegada do Halve Maen à América, e os lugares descobertos por Henry Hudson e sua tripulação em nome da Holanda; e como um navio, considerado na época "desajeitado e velho" é admirado até hoje nos Estados Unidos pela sua imensa importância no início da colonização norte-americana.

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