Antes mesmo da quinta perna da Volvo Ocean Race largar no porto de Qingdao em direção ao Rio de Janeiro, o Telefónica Blue sofreu uma séria rachadura na quilha que quase afetava seriamente o bulbo. Tudo aconteceu quando o procedimento de largada já havia começado e, enquanto os azuis procuravam a melhor posição na raia, aparentemente eles encalharam e a velocidade despencou instantaneamente de sete nós para zero.
Houve uma tentativa de diagnosticar o problema ainda na água, mas a equipe suspendeu o procedimento de regata e subiu o barco nas docas para descobrir o que havia ocorrido. Foi então que se viu a enorme rachadura no lado de bombordo do bulbo da quilha. "Nós não podemos assumir qualquer risco numa perna de 12.000 milhas, então nós temos que fazer uma inspeção geral e ver quais foram as consequências. Precisamos deixar tudo em bom estado," disse o skipper Bouwe Bekking.
"Nós estávamos no meio do oceano e nós sabíamos que tinha um ponto raso cartografado com três metros (de profundidade), mas nós estávamos a mais de 110 metros de distância. Saímos de 11 metros de água para uma parada total. Não tinha razão nenhuma pra isso acontecer. Um problema estrutural seria um grande revés e isso se torna um drama. Não quero nem pensar nisso," afirmou Bekking. Estima-se que os reparos no Telefónica Blue demorem cerca de 24 horas, já que há a necessidade de fazer uma checagem completa na estrutura do barco.
Enquanto tudo isso acontecia com os azuis, o Ericsson 3 estava chegando em Qingdao para receber os quatro pontos pela quarta perna, que eles completaram depois de 27 dias entre quebradeira de vento e reparos. O veleiro foi recebido na China às 18h01 (07h01, horário da Bahia) com fogos de artifício e muita festa, depois do time ter feito algo que eles mesmos achavam que era "quase impossível".
Magnus Olsson refletia bem o sentimento de determinação e perseverança da equipe: "Eu me sinto como um Viking! Acho que competi em mais de 40 pernas da Whitbread/Volvo e nunca abandonei uma perna. Eu sempre cheguei em todas, mas o meu sentimento agora é que esta chegada foi a melhor da minha vida! Estamos a 40 milhas, mas não estamos fora!"
Mal os nórdicos chegaram, eles só tinham duas horas para carregar o barco com mantimentos para 40 dias no mar, algumas velas, combustível, receber a alfândega, além de fazer uma substituição na tripulação: saem Richard Mason (lesionado), Jan Neergaard e Klas Nylof e entram Magnus Woxen, Arve Roaas e Eivind Melleby. Assim, o Ericsson 3 voltou à regata, 47 milhas atrás do líder, Puma. Já Green Dragon e Ericsson 4 seguem na cola do primeiro, mas os ventos fracos prometem complicar um pouco mais as coisas.
fonte: www.volvooceanrace.org
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