sábado, 6 de fevereiro de 2010

Inovações são destaque na 33ª America's Cup

Depois de 15 anos de competições em barcos da International America's Cup Class, o Alinghi (na foto, o catamarã Alinghi 5) decidiu em 2007 que a próxima edição da America's Cup, a trigésima-terceira, teria que ser disputada em outro tipo de embarcação, "pois a regra da IACC havia evoluído além do praticável, criando a necessidade de um novo desafio na área do design," como disse o skipper dos suíços Brad Butterworth.
Três anos depois desta decisão, fica a certeza de que esta será a America's Cup mais tecnológica de todos os tempos, contando com uma imensa infra-estrutura montada no porto de Valencia e também com o que há de mais moderno em tecnologia para se velejar. Um grande desafio a ser superado é o extenso percurso com pernas de 20 milhas e as dificuldades logísticas e técnicas causadas por isto.
Com pernas tão longas que vão além do horizonte e a possibilidade dos competidores se afastarem a quase 20 milhas um do outro em bordos opostos, a transmissão televisiva contará com uma solução única na história do centenário troféu. "Tecnicamente é bem fácil transmitir as imagens até o horizonte que podemos ver, mas assim que passamos a linha do horizonte nós enfrentamos um número de desafios técnicos, incluindo a comunicação com nossas equipes a esta distância da costa," afirmou o diretor técnico do evento Kevin Orwin.
"Então, ao invés de enviarmos o sinal diretamente dos helicópteros para a costa, como fizemos da última vez, teremos um avião voando a 25 000 pés de altitude (7.6 quilômetros) que receberá o sinal das câmeras e retransmitirá para terra," explicou Orwin. Além das câmeras, microfones serão instalados no Alinghi 5 e no USA 17 para que o telespectador não perca nem o barulho das rajadas!
Esta semana, a inovação tecnológica ao lado chamou a atenção da imprensa especializada internacional: Imagine que você é um velejador competitivo, se preparando para participar na mais histórica e comentada regata de todos os tempos num catamarã multimilionário e com uma tripulação afinadíssima. Agora imagine que alguém te entrega um equipamento que pode literalmente mapear a atividade do vento até um quilômetro na sua frente, mostrando velocidade do vento, direção e turbulência - e dando a você a habilidade quase sobrenatural de ajustar suas velas e tirar a máxima vantagem de um padrão de ventos antes mesmo de você chegar lá, noticiou o site Sail World.
O premiado com esse "brinquedinho" de 149.500 dólares é ninguém menos que Russell Coutts, skipper da equipe americana BMW Oracle Racing (na foto, o trimarã USA 17). Para medir com tamanha precisão a velocidade do vento a estas distâncias, o aparelho emite raios laser que, ao se chocarem com as partículas presentes no ar, são refletidos de volta ao aparelho e processados pelo equipamento. "A tecnologia não é nova, foi um dos primeiros usos práticos do laser, lá nos anos 60. O que fizemos foi implementar esta técnica com fibras óticas, resultando num aparelho extremamente leve e compacto," afirmou Phil Rogers, CEO da Catch The Wind, fabricante do produto.
Hoje será feita uma conferência de imprensa em Valencia com os presidentes das equipes Alinghi e BMW Oracle Racing, que deverá ser um grande prognóstico de como será a disputa pela Taça. Confira todas as novidades sobre a 33ª America's Cup em português com a gente, no Blog da FENEB!

Fonte: Sail World e America's Cup
Foto 1: Carlo Borlenghi / Alinghi
Foto 2: America's Cup
Foto 3: Sail World
Foto 4: Gilles Martin-Raget

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