quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Bouwe Bekking: "A perna mais difícil da minha vida."

O skipper holandês do Telefónica Blue é conhecido por não aumentar muito as coisas, e certamente esse comentário não foi exceção. E, embora a tripulação estivesse feliz por ter chegado em primeiro nessa perna da Volvo Ocean Race, certamente estavam muito mais felizes por ter chegado em Qingdao sãos e salvos.
Para complicar um pouco mais as coisas para o trio da liderança, que ainda tinha Puma e Ericsson 4, a tarde de hoje em Qingdao (madrugada, horário da Bahia) teve direito a uma forte neblina. Mas quem falou em complicar? Graças a esta neblina, os grandes VO70 puderam desenvolver velocidades acima dos 10 nós e pôr as Code Zeros para cima. Às 15h00m25s (04h00m25s, horário da Bahia), o Telefónica Blue cruzou a linha de chegada da quarta perna da VOR debaixo de forte neblina (confira no vídeo oficial da chegada deles), e levou para a Espanha os oito pontos destinados ao vencedor, pulando para 41.5 pontos na classificação geral. Foram recebidos no porto com muita festa, com direito a fogos de artifício. Após cruzarem a "Grande Muralha da China", que liga o porto à vila da regata, Bouwe Bekking e seu time tiveram um receptivo especial.
A emoção de ter chegado certamente tomou conta do holandês: "Não vou esquecer disto tão depressa. Mas eu queria. Nós vencemos a perna e isso é ótimo: estamos de volta a esta corrida. Mas chegar seguro e com o barco inteiro é mais importante." Quem está mais feliz ainda é o gerenciador da equipe de terra do time Telefónica, Campbell Field, que já tem um buraco e uma fissura para consertar no Telefónica Black. O time azul andou pelo tapete vermelho da vila da regata, e Bekking usou um capacete e uma capa cerimoniais e usou um machado, enquanto acenava para o público: "Essa perna provou que nós temos um bom barco e uma boa tripulação. Estou feliz por estar aqui!" Mesmo? Disso ninguém duvida!
O Puma Ocean Racing cruzou a raia pouco mais de uma hora depois, às 16h17m36s (05h17m36s, horário da Bahia), e foi premiado com os sete pontos pela segunda colocação. Depois da retranca quebrada, parecia impossível para os então-líderes conseguir voltar à ativa, e ainda chegar na segunda posição. Logo depois, quem chegou foi o Ericsson 4, às 17h04m (06h04m, horário da Bahia), que fez o suficiente para manter a liderança na classificação geral da Volvo Ocean Race (veja na nossa barra lateral). Com a distância entre o líder Ericsson 4 e o terceiro Puma tendo se reduzido para apenas 7 pontos, a in-port de Qingdao daqui a uma semana poderá valer muito mais para a disputa da liderança, já que a quinta perna valerá literalmente "o dobro", pois terá dois portões de pontuação, elevando o máximo possível a se conquistar para 16 pontos.
Ainda falta chegar o veleiro "da casa", o Green Dragon, que está a 343 milhas da chegada, que terá um longo percurso de orça pela frente, mas felizmente não precisará cambar muito. Além do dragão, ainda temos o Ericsson 3 e o Delta Lloyd, que oficialmente declararam "regata suspensa" (e, com isso, podem utilizar ajuda externa por um período mínimo de 12 horas) e, pelo menos na teoria, ainda podem ir para a água e tentar conseguir alguns pontinhos dessa perna. O único que não pode mais ganhar nada é o Telefónica Black, que abortou definitivamente e agora só se concentra nos consertos do barco para daqui a uma semana correr a in-port race de Qingdao.

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