Nesta edição da Heineken Cape to Bahia, um dos barcos chama a atenção pela sua importância histórica para a África do Sul, sendo inclusive o detentor do numeral SA 1. Estamos falando do Voortrekker, o veleiro que participou da primeira largada para a disputa do South Atlantic Trophy, a travessia do Oceano Atlântico entre a África do Sul e o Brasil e que também já deu a volta ao mundo em 1970.
Construído em 1967 pelo Almirante da Marinha da África do Sul Jacobus Louw com um método único na época, que consistia em duas camadas muito finas de madeira e fibra, o Voortrekker tinha a característica de ser muito leve e muito rápido. Participou da primeira Cape to Rio em 1971, e ganhou fama entre os velejadores sul-africanos, que admiravam a velocidade do barco. Não é à toa que o nome, em africâner, significa "aquele que caminha à frente".
Porém, após a Cape to Rio de 2001, o Voortrekker foi docado e ficou numa carreta por bastante tempo, e havia a possibilidade de guardá-lo em um museu devido à importância do "barco mais famoso da África do Sul", segundo o almirante Louw. E foi o próprio almirante que começou o projeto de levar o "pioneiro" de volta às águas. "Há três anos tirei toda a fibra do barco, e fiquei feliz por ver que a madeira estava perfeita! Logo depois, re-fibramos o barco."
Mas quem o tripularia? Vários dos maiores velejadores sul-africanos já tiveram a honra de fazerem parte da tripulação, dentre eles o comodoro do Royal Cape Yacht Club, John Martin. Mas um projeto de formação de novos velejadores daria a resposta a essa pergunta e deixaria o almirante Louw orgulhoso de ver o veleiro que ele criou sendo competitivo dentre tantos veleiros mais modernos. Na segunda parte desta matéria, conheça mais sobre a escola de vela Izivunguvungu e o início da preparação do projeto de trazer o Voortrekker de volta à regata que ele mesmo ajudou a criar.
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