quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

FENEB Entrevista: George David

Logo ao chegar no Terminal Náutico da Bahia, o comandante do Rambler, George David, foi convidado pelo Blog da FENEB para conceder uma entrevista e trazer um pouquinho da emoção da regata para os velejadores baianos. David, que velejava em monotipos desde os oito anos de idade, é representante de uma empresa líder mundial em elevadores, e nos contou que esteve na Bahia há 30 anos para fazer a manutenção do Elevador Lacerda. Segue a reportagem completa:


Blog da FENEB: Como foram as 3400 milhas que vocês enfrentaram para chegar até aqui?
George David: Foi um percurso perfeito, mas você sabe que como nem sempre o caminho reto é o mais curto, nós tivemos de percorrer quase 3700 milhas para chegar na Bahia. Nós fomos muito bem, e talvez sejamos os vencedores! Dependendo das condições que o Hi-Fidelity vai enfrentar, temos uma chance real de vencer no tempo corrigido.

Blog: E a emoção da "batalha" contra o ICAP Leopard?
David: Nós fizemos uma boa velejada, mas você tem que levar em consideração que o ICAP Leopard é 10 pés maior e é uma verdadeira máquina de velejar, ele não tem nada no barco! Nossa viagem foi muito mais confortável, tínhamos direito a banho, ar-condicionado...

Blog: Com certeza vocês tiveram um conforto muito maior.
David: Mesmo o nosso barco tendo um projeto mais conservador, nós conseguimos algumas vitórias. Na regata Fastnet, que sai da Inglaterra, dá a volta na Irlanda e volta, passamos num farol irlandês a 3 segundos do ICAP Leopard enquanto eles deveriam estar 50 milhas na frente... Eles tem capacidade para serem muito mais rápidos que nós. No final da Fastnet, eles chegaram 40 minutos na frente, mas no corrigido o Rambler ganhou por 8 horas.

Blog: A Heineken Cape to Bahia é, sem dúvidas, uma regata inesquecível. Como foram esses onze dias no mar?
David: Bem, durante a regata nós tivemos três momentos. O primeiro foi na saída da Cidade do Cabo, onde tínhamos muito, muito vento. E ventos fortes mesmo! Mas, durante algumas horas, nós não tínhamos vento nenhum! Depois, no meio do Atlântico, é onde nós pensamos nas coisas da vida... (risos) Enquanto o barco estava indo a 15, 16 nós, a gente ficava discutindo as questões que temos sobre a vida...

Blog: E a chegada?
David: Ah, estamos muito felizes de chegar aqui após onze dias de "4 horas acordado, 4 horas dormindo". A comida congelada já não era mais tão saborosa, mas eu velejo porque eu gosto de competir e ter uma chance de ganhar. E nós ficamos felicíssimos com o desafio.

Blog: Muito obrigado pelas palavras, comandante David.
David: Eu gostaria também de parabenizar o Royal Cape Yacht Club, o Governo da Bahia e os patrocinadores pelo excelente trabalho que fizeram aqui, e a nossa participação este ano é devida ao empenho com que eles realizaram todo este evento.


foto: Maurício Mascarenhas

Nenhum comentário:

Postar um comentário